Bonsai Pinus Sylvestris e Bonsai Pinus Pinea
Estas são duas coníferas com folhas sempre verdes (agulhas).
A palavra silvestre significa selvagem.
Como distinguir o bonsai pinus sylvestris e o pinus pinea:
O Pinheiro-silvestre ou Pinus Sylvestris cobre praticamente toda a Europa e está muito presente em zonas montanhosas de quinhentos a mil e quinhentos metros de altitude e numa grande parte da Sibéria até mil e quinhentos metros de altitude. No meio selvagem e dependendo do terreno, o pinus sylvestris pode atingir vinte a trinta metros de altura, chegando por vezes a atingir cinquenta metros.
Também conhecido como pinheiro vermelho ou pinheiro escocês, é um membro da família Pinaceae.
O tronco é normalmente direito, liso no início, rachado e castanho-avermelhado na base, com a casca a ficar castanha-alaranjada com a idade. Com o tempo, a parte inferior do tronco mostra ranhuras profundas.
A parte inferior do tronco é clara a medida que os ramos inferiores secam e caem.
É uma árvore colunar com uma cabeça em cúpula. O Pinus Sylvestris pode viver até duzentos anos.
O fruto do Pinus Sylvestris é um cone pequeno, erecto e ovóide de très a cinco centímetros, vermelho no início e depois castanho claro.
A frutificação tem lugar a cada dois ou três anos.
As agulhas de quatro a oito centímetros de comprimento, cinzento-azuladas estão agrupadas em pares numa bainha, são muito flexíveis e pontiagudas mas não picam, o que faz do Pinus Sylvestris uma árvore interessante para tratar em bonsai, porque é particularmente resistente, especialmente em relação ao solo, uma vez que cresce em solos de má qualidade, excepto em solos calcários e é também muito resistente ao frio e ao calor.
A madeira do pinus sylvestris é utilizada na carpintaria e na indústria do papel.
Curiosidade:
Um óleo essencial é extraído dos jovens botões colhidos na Primavera e a aguarrás é produzida a partir da distilação da resina, que é utilizada na preparação de unguentos e bálsamos.
Propagação por sementeira na primavera a vinte graus ou mais, mantendo a semente húmida. Um grama contém cerca de cento e cinquenta sementes e a taxa de germinação é de sessenta por cento.
O Pinus Sylvestris é um pinheiro com um crescimento anual.
É possível podar as velas do bonsai pinus sylvestris durante a época de crescimento, deixando apenas um pequeno pedaço de cerca de cinco millímetros de comprimento com alguns pares de agulhas e cortando as pontas dos botões para activar o seu crescimento.
Isto deve ser feito num pinheiro saudável e bem desenvolvido, caso contário esta técnica deve ser evitada.
Para equilibrar o vigor das partes mais fortes em direcção às partes mais fracas, é preferível retirar as agulhas do ramo mais forte uma a uma com uma tesoura ou desfolhador adequado, tendo o cuidado de deixar a base intacta com mais ou menos cinco milímetros, caso contrário, se a agulha for puxada à mão por exemplo, nunca serão produzidas novas agulhas.
Ao remover uma grande parte do comprimento dos novos rebentos, permitimos que o bonsai permaneça mais baixo e mais compacto.
O bonsai Pinheiro parasol ou Pinus Pinea.
Este pinheiro é conhecido como pinheiro manso em Portugal.
O pinus pinea com a sua forma de guarda-sol é o pinheiro característico da região mediterrânica, principalmente em Espanha, Itália, Turquia e Portugal, onde pode atingir até vinte metros de altura e dez metros de copa.
É um imponente e majestoso pinheiro que pode viver de duzentos a duzentos e cinquenta anos, as suas agulhas longas e grossas são ligeiramente azuis quando jovens, tornando-se mais tarde verde-escuro e são picantes e agrupadas em pares.
O tamanho das agulhas varia de oito a dezoito centímetros, mas no bonsai podemos reduzi-las a menos de cinco centímetros através de pinçagem regulares.
Este pinheiro praticamente não tem raiz axial, o que é outra vantagem para trabalhar com ele em bonsai.
O pinus pinea tolere temperaturas mínimas de dois a cinco graus negativos, para além das quais é fortemente recomendado protegê-lo com turfa ou palha ou até mesmo resguardâ-lo num local fora de gelo.
Os grãos das suas sementes são comestíveis e são chamados de pinhões.
Curiosidade:
Portugal tem uma superfície total de mais de cento e setenta e cinco mil hectares de plantações de pinheiro manso em comparação com mais de quatrocentos e quarenta mil hectares em Espanha.
Noventa por cento da produção portuguesa é destinada à exportação.
Com o tempo o bonsai pinus pinea tem a parte superior achatada. A casca é cinzenta, fortemente rachada e descola-se em manchas com a idade, revelando áreas avermelhadas.
O pinus pinea gosta de sol pleno, pode viver muitos anos, mas cresce muito lentamente. Em bonsai pode produzir espécimes muito originais ao longo do tempo.
É difícil trabalhar o pinus pinea em estilos como Moyogii porque é demasiado denso, mas ao permanecer num formato do tipo hokidashi, ou seja em bola, é perfeitamente possível obter excelentes resultados.
O pinus pinea é particularmente apreciado para a produção de madeira para carpintaria, uma vez que é uma madeira resinosa e muito resistente à humidade.
Multiplicação por sementeira na Primavera a partir de vinte graus, mantendo a semente húmida. Um quilo de sementes contém cerca de mil sementes e a taxa de germinação é de sessenta por cento.
Como em todos os pinheiros, no Inverno as agulhas na base dos galhos tendem a queimar e devem ser removidas, caso contrário impedirão uma boa luz solar e a aeração de agulhas saudáveis.
É mais fácil aramar o bonsai pinus sylvestris que o pinus pinea.
Os pinus podem ser aramados desde o início do Outono até ao fim da Primavera, ou logo após a poda das velas, tendo sempre em mente observar, especialmente durante o período de crescimento, para evitar que o arame comece a marcar a casca, um facto muito desagradável para a estética do bonsai.
O transplante do pinus, que deve ter lugar a cada três a quatro anos no final do Inverno e início da Primavera, é uma operação muito importante e é aconselhável ter cuidado para não cortar mais de vinte a trinta por cento das raízes, pois o pinheiro é sensível e pode morrer se o transplante for demasiado severa em relação ao corte das raízes.
O substrato indicado é a Kiryuzuna ou Pomice misturado com Akadama.
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