Bê á bá do bonsai.
O primeiro curso sobre bonsai, espontâneo, verdadeiro e natural.
Está a começar nesta arte, já ouviu falar, mas não sabe do que se trata na realidade um bonsai, então vamos ajudar a descobrir este mundo maravilhoso como se se tratasse do seu primeiro curso.
Primeira pergunta:
O que é um bonsai?
Muitas pessoas pensam que o bonsai é uma espécie, mas na realidade podemos conseguir um bonsai a partir de qualquer planta desde que seja lenhosa.
No bê á bá do bonsai explicamos o que é um bonsai.
Explicamos a seguir porque não existe um bonsai ou uma semente de bonsai.
Na iberbonsai produzimos e criamos bonsais a partir de sementes e estacas, temos uma vasta gama de bonsais de exterior e de interior que disponibilizamos aos nossos clientes. Temos bonsais de interior como a Carmona macrophylla, o Ficus retusa, a Sageretia theezans cujo os ramos têm casca muito fina e têm uma madeira vermelha acastanhada que se descasca naturalmente ao longo do tempo, muito semelhante ao plátano, deixando a base do tronco com tonalidades diferentes tornando este bonsai ainda mais especial.
Ler artigo original sobre o bonsai sageretia theezans.
Em relação aos bonsais de exterior temos uma imensa variedade de árvores de folha caduca, ou seja, árvores que vão perder a folha no inverno com os dias mais frios. É o caso do fagus sylvatica, do carpinus coreano, do liquidâmbar styraciflua, da zelcova serrata, da tilia cordata, do celtis sinensis, do ginkgo biloba, que é uma conífera, mas de folha caduca e muito mais.
De folha perene encontramos o quercus suber, o eleagnus ebbengei e nas coníferas os pinus pentaphylla, thunbergii, densiflora, sylvestris, nigra larício, os juniperus chinensis, itoïgawa, conferta, procumbens, entre outros.
O bonsai não é apenas uma planta num vaso como se quer inicialmente fazer crer, é muito mais do que isso, porque para criar um bonsai, devemos utilizar técnicas aprovadas, como o transplante, a poda, a aramação, métodos de cultura que permitem estilizar uma árvore e formá-la em bonsai.
A seguir descriminamos os quatros pilares da formação do bonsai.
A força, a elegância, a leveza e o movimento são os quatro pilares da construção de um bonsai.
A força:
- É representada pelo nebari, que é a base do tronco e o conjunto de raízes na superfície do solo.
- Esta é a primeira parte que se vê quando se olha para um bonsai e é necessário tempo e trabalho árduo para o aperfeiçoar. É o resultado de sucessivos transplantes, que depois de cortar a raiz axial desde o início, força as raízes secundárias mais finas para uma forma de estrela. Este processo causa um movimento que faz com que o colarinho ou a base do tronco cresça mais, uma vez que a raiz principal não pode crescer para baixo.
- Como vimos em artigos anteriores, o bonsai não precisa de uma raiz axial para se manter direito e fixo ao solo, num vaso este problema não surge, pelo que provocamos a criação de raízes secundárias muito mais finas cujo objetivo é alimentar o bonsai, são elas que irão fornecer todos os nutrientes que irão extrair do solo.
- A importância de os dispor em forma de estrela é puramente estética, quando admiramos um bonsai, a disposição das suas raízes retiradas do chão é um reflexo do poder da natureza. Isto é o que nos chama a atenção em primeiro lugar e é o principal objetivo que devemos alcançar ao criar uma árvore de bonsai.
Ler artigo original sobre o nebari do bonsai.
A elegância:
A elegância é obtida através da poda.
Seja qual for a árvore em que estamos a trabalhar, devemos ter em mente o resultado final, mesmo que perdure durante anos, a elegância é uma prioridade, a seguir à força, que como acabamos de ver é representada pelo nebari.
Continuar a ler artigo original sobre como fazer um bonsai para descobrir os dois outros pilares que são a leveza e o movimento.
Mas então como distinguir os bonsais?
Para quem não estiver habituado, é fácil pensar que um bonsai poderá ficar sem problema dentro de casa ou num escritório, mas na realidade não é bem assim.
Existem vários tipos de bonsais e com um pouco de bom senso percebemos que, por exemplo, uma macieira ou uma oliveira não podem viver em local fechado e sem luz natural, portanto serão de excluir como bonsais de interior e não podem fazer parte da lista de candidatos a pequena árvore de escritório.
E porquê?
O bonsai de exterior deve apanhar frio no inverno, a chuva e o vento, horas de sol, mas com cuidado no verão e sempre fora das horas mais quentes, caso contrário temos que prever uma zona com alguma sombra nas horas de sol intenso. É claro que neste caso não pode ficar num escritório ou numa sala.
É a grande diferença em relação ao bonsai dito de interior, que é um bonsai que não pode apanhar frio no inverno como a carmona macrophylla ou o ficus retusa por exemplo que são os bonsais mais procurados como primeiro bonsai e que não podem ficar no exterior a partir de uma temperatura abaixo dos dez graus centígrados. São bonsais ditos tropicais habituados a temperaturas amenas e não toleram temperaturas baixas e morrem com o frio.
Segunda pergunta:
Qual bonsai escolher?
Acabamos de ver que existem vários tipos de bonsais, os de interior ou de clima tropical, os de exterior que imperativamente têm que ficar ao ar livre e os ditos de dupla localização que são bonsais que nos oferecem a possibilidade de poder escolher colocá-los no interior ou no exterior.
Para simplificar, o primeiro bonsai terá que ser uma árvore de fácil manutenção e que aguenta alguns erros de principiante. Por norma aconselhamos sempre o ficus retusa que, com o tempo, as raízes aéreas nascem em grande quantidade e fornecem-nos um magnífico espetáculo da natureza. Podemos ficar horas a contemplar a beleza natural deste bonsai. O ficus retusa é o bonsai de interior mais adaptado ao ambiente das nossas casas, adaptando-se aos diversos ambiente e condições de luz, humidade e temperatura. É muito apreciado pela sua estética.
De crescimento rápido e de fácil manutenção, é o bonsai indicado para principiantes ou para quem não quer complicações com as plantas.
O bonsai ficus retusa ajuda a transmitir paz e energia na nossa casa e traz a sensação de clima tropical, muito agradável nos meses de inverno.
Ler o nosso artigo original sobre o bonsai ficus retusa.
A segunda opção é o ulmus parvifolia, uma árvore de bonsai engraçada devido à sua folha pequena recortada, verde-escuro e a sua intensa e fina ramificação, muito apreciada em bonsai.
As pequenas folhas desta árvore são ovais ou elípticas e medem entre vinte e cinquenta milímetros de comprimento. A face superior das folhas é verde-escura e brilhante, enquanto que a face inferior é mais pálida e pubescente nas árvores mais jovens. As cores outonais da folhagem não são muito vistosas, variando entre o amarelo e o vermelho mosqueada.
A vantagem desta pequena árvore é que temos a possibilidade de colocá-la no exterior.
Por exemplo, se o ulmus parvifólia não se adaptar bem no interior, podemos mudar o bonsai para o exterior. Mas atenção, esta transferência nunca pode acontecer durante o inverno, passando a árvore de um ambiente com aquecimento para o frio do exterior. Este bonsai aguenta até cinco graus negativos em condições normais, quer isso dizer que a árvore tem que estar acostumada ás condições externas antes do período de frio.
Ler artigo original sobre o bonsai ulmus parvifólia.
Terceira pergunta:
Como tratar do bonsai durante o ano?
- A: a exposição
A primeira coisa a fazer e provavelmente a mais difícil será escolher o local onde o bonsai receberá o máximo de claridade. O bonsai de interior necessita de muita luz, junto de uma janela, mas não gosta de sol direto, mil e oitocentos luxes são necessários, quer isso dizer que é a intensidade luminosa por metro quadrado. O bonsai pode ficar a um metro de distância da janela, de preferência sem cortinas, para que o sol não incida sobre ele através do vidro, que só poderia provocar queimaduras nas folhas e ditar a morte do bonsai.
Temos muitos clientes que pensam ter muita claridade na sua casa, mas o bonsai dá sinal do contrário e com pouca luz a floração é escassa ou nula, as folhas inferiores ficam amarelas. As novas nascem com grandes separações entre elas e ficam pálidas e moles.
As plantas procuram luz através de foto recetores na sua folhagem, por isso as plantas detetam fontes de luz. É por essa razão que o bonsai tende naturalmente a procurar a luz inclinando-se para ela.
E o motivo pelo qual o bonsai de interior inclina-se frequentemente para o lado da janela, daí recomendarmos virá-lo de dois em dois dias, para garantir que cresça uniformemente.
Virar o bonsai periodicamente para assegurar um crescimento regular da rama é fundamental. Afastá-lo dos pontos fortes de calor, evitar os excessos de temperatura e as correntes de ar.
Uma janela grande ou uma porta vidrada, mesmo sem cortinas, pode não chegar para manter um bonsai, o que interessa mesma, é a quantidade de luz que o bonsai irá receber para poder viver e desenvolver-se naturalmente.
Continuar a ler o nosso artigo original sobre como tratar o bonsai.
Relativamente ao bonsai de exterior, temos que encontrar um sítio adequado como a varanda, o terraço, o pátio ou o jardim que será sempre mais fácil, o mais importante é conseguir um ambiente com o máximo de luz durante o dia.
É o bonsai de mais fácil manutenção porque tem a luz solar adequada ao seu crescimento, pode e deve apanhar o frio no inverno, a chuva e o vento, horas de sol, mas com cuidado no verão e sempre fora das horas mais quentes, caso contrário temos que prever uma rede de sombra das onze até os dezasseis ou dezassete horas.
NOTA:
- Se o bonsai de exterior se encontrar mum terraço ou balcão e perto de uma parede, então teremos também que rodá-lo para conseguir o crescimento harmonioso da sua rama.
- B: a rega
É a segunda regra e a mais importante a ter em conta. Depois da luz, a água é o elemento indispensável ao bonsai. Não se pode pensar comprar um bonsai e colocá-lo num canto da casa como se se tratava de um bibelô, não é possível, o bonsai é um ser vivo, depende de nós para viver.
O bonsai não consegue ir buscar a água de que necessita, mesmo que muito perto, temos que nos preocupar com este detalhe que é da máxima importância.
Por isso todos os dias e de preferência da parte da manhã, temos que olhar para o nosso bonsai e observar a superfície do torrão para ver se necessita de água. De fato, só quando a parte de cima do torrão do nosso bonsai começar a secar é que devemos regar.
Não há dias para regar ou dia sim dia não, ou de dois em dois dias, ou no domingo por ser o dia com mais disponibilidade para tratar do bonsai.
Depende da exposição, do tipo de bonsai, da qualidade do substrato, da intensidade do sol que a planta recebe, etc.
As plantas que vivem em vaso dependem de nós para crescerem. As raízes precisam de água e de ar e por isso é indispensável deixar secar o substrato entre cada rega.
Por norma só voltamos a regar quando a terra à superfície começar a secar, nota-se pela cor mais pálida do substrato, mais fácil com akadama.
Ler artigo original sobre como regar o bonsai.
- C: a fertilização
Como qualquer planta, o bonsai necessita de adubo para viver, só a água não chega.
Durante o período de maior crescimento temos que ajudar o bonsai com uma fertilização apropriada, ou seja, com uma contribuição dos principais nutrientes que são o azoto, ácido fosfórico, potássio e enxofre.
A aplicação de um adubo orgânico como o biogold favorece a boa saúde do bonsai, tanto de interior como de exterior.
- D: o transplante
É uma fase indispensável na vida do bonsai e porquê?
É fácil de compreender que, com o tempo, o substrato vai ficar cada vez mais desgastado e assim sendo, temos que o renovar para garantir o crescimento saudável do bonsai. A luz, a água e o adubo são indispensáveis para a vida do bonsai, mas sem um substrato adequado, estes três elementos não terão nenhuma eficácia.
Portanto, a cada três a quatro anos temos que substituir o antigo substrato por um novo e por norma utilizamos sempre a akadama, é o substrato de referência para o bonsai, juntamente com a kiryuzuna para as coníferas, a kanuma para azáleas e rododendros e a keto que é especialmente concebida para a realização de florestas ou Yose-Ue.
O transplante é uma operação um pouco delicada para principiantes, para ficar bem feito temos que escolher o momento certo dependendo da espécie, cortar até vinte por cento das raízes e sobretudo, após ter escolhido o bom substrato, saber colocar a terra á volta das raízes em todo o vaso, fator de maior importância para o sucesso do transplante.
Prender o bonsai ao vaso com arame de alumínio anodizado é uma precaução, porque no manuseamento evitará de quebrar as novas raízes.
Na iberbonsai ajudamos nessa tarefa, o nosso cliente pode trazer o seu bonsai na altura que indicarmos, escolher o vaso e deixar connosco essa tarefa, como estamos habituados a este tipo de trabalho será assim mais fácil para o nosso cliente que tem receio e não quer arriscar perder a sua pequena árvore.
Ler artigo sobre o transplante do bonsai.
-E: a poda
O bonsai não é como as outras plantas que temos em casa ou no jardim, é muito mais que isso porque necessita da nossa atenção no dia-a-dia, seja para verificar a necessidade de água ou de nutrientes ou de ser podado porque a poda é uma parte importante na manutenção do bonsai.
Sem poda regular é impossível ter um bonsai digno desse nome.
No espírito do bonsai, temos que manter a árvore numa escala reduzida para imitar um exemplar na natureza. A poda do bonsai faz parte de processo de miniaturização da árvore, em conjunto com o reduzido espaço deixado no vaso.
Existem dois tipos de poda:
- A poda de manutenção que consiste em cortar os ramos novos, regra geral quando o bonsai tiver seis folhas novas temos que deixar apenas as duas primeiras.
A principal característica da poda de manutenção é de manter o aspeto visual do bonsai, conforme foi definido pela poda de estruturação.
- A poda de estruturação é a poda que consiste em definir as bases gerais do tronco e dos ramos principais, elementos decisivos para transmitir a perceção que o autor quer dar ao seu bonsai, poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o transplante e assim aproveitar para conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.
Ler artigo original sobra a poda do bonsai.
Mas o que acontece se não podamos o bonsai?
A árvore vai crescer em todas as direções e de forma desmesurada, sem nenhum desenho específico, sem patamares nem curvas e assim não terá qualquer aparência ou similitude com um estilo próprio de bonsai.
Relembramos que existem muitos estilos que podemos aplicar ao nosso bonsai dependendo da espécie e do nosso gosto.
Ler artigo sobre o glossário e os estilos de bonsai.
O bê á bá do bonsai
Para concluir e após ter consciência que o bonsai é antes de mais uma pequena árvore que temos que cuidar no quotidiano e não só aos fins de semana, estamos prontos para entrar neste mundo maravilhoso que é o esprírito e a arte do bonsai.
O bonsai convida à contemplação, à tranquilidade de espírito. É uma sensação de calma que se consegue com a simples observação de uma árvore, a escuta do vento nos ramos ou do sussuro da água num rio, a admiração do pôr-do-sol.
São métodos muito simples de relaxamento e estabelecer uma ligação com a natureza.
Ler o nosso artigo original sobre a arte do bonsai.