Liquidambar styraciflua bonsai.

 

Uma maravilha de bonsai devido ao seu esplêndido e deslumbrante espetáculo de cores outonais, indispensável numa coleção.

 

O liquidambar, que também é chamado de árvore-do-âmbar é nativo das florestas temperadas da América do Norte e Central, desde do Connecticut até ao norte da Florida e Luisiana onde pode alcançar nessas regiões até quarenta metros de altura.

 

É muito apreciado pela espetacular e extraordinária tonalidade da sua folhagem no outono, que é vermelha, laranja e amarelo simultaneamente. Na mesma folha pode aparecer toda uma paleta de tons passando do amarelo brilhante ao rosa, roxo e preto.

 

 

 

O liquidambar styraciflua é nativo da América do Norte e na natureza pode viver até cento e cinquenta anos.

 

 

É um bonsai de exterior de fácil cultivo, de folha caduca, que pode viver no jardim, numa varanda ou no terraço, bastando respeitar algumas condições.

 

Além disso tolera bem a poluição atmosférica e é uma boa opção para as zonas urbanas.

 

 

Liquidambar styraciflua ou liquidambar formosana, qual a diferença?

 

 O liquidambar formosana:

 

- É originário das florestas da Ásia oriental, esta árvore ornamental tem um hábito esguio em forma de pirâmide e uma magnífica folhagem dividida que se torna carmesin e se inflama no final do verão. Esta árvore majestosa é originária da Ásia Oriental, mais especificamente das florestas quentes a temperadas, onde se desenvolve em solos frescos, a pleno sol ou a sombra parcial.

 

- As suas grandes folhas de quinze centímetros são menos serrilhadas que as do liquidambar styraciflua, com três lóbulos ovais pontiagudos. É uma espécie que prefere as condições de orla, podendo ficar ao sol ou à meia-sombra e ao abrigo dos ventos frios. Resistente até quinze graus centígrados negativos, não gosta de solos secos ou encharcados. Gosta de um solo profundo, rico, fresco, drenado, ácido a neutro. Atingido uma altura de pouco mais de que quinze metros no nosso país, é uma árvore de coleção perfeita para embelezar um local isolado. Não é muito comum em bonsai.

 

- O liquidambar formosana, também é conhecida como copalmeira-da-formosa, pertence à família das hamamelidaceae, a parrotia e ao loropetalum.

O nome liquidambar vem do latim liquidus, que significa líquido e do árabe âmbar, devido à oleorresina aromática de cor âmbar que escorre da sua casca. Devido à sua excecional folhagem outonal e ao seu hábito majestoso, é muito utilizada como árvore ornamental em cidades, parques e grandes jardins.

 

Ver como cuidar do bonsai de exterior.

 

 

 

O liquidambar styraciflua:

 

Muitas vezes confundidas com as folhas do acer palmatum, as folhas do liquidambar styraciflua são palmadas e têm entre cinco e sete lóbulos, mas com uma diferença fundamental que ajuda a distingui-las:

 

a- As folhas do acer palmatum são sempre opostas, ou seja, a filotaxia oposta é quando existe duas folhas por nó, inseridas em direção oposta uma da outra;

 

b- As folhas do liquidambar styraciflua são alternas, ou filotaxia alterna que é quando existe apenas uma folha por nó.

 

 

Chama-se filotaxia o padrão de distribuição das folhas ao longo do caule das plantas.

 

 

 

c- A inflorescência é de cor verde amarelada, o fruto é uma cápsula castanha eriçada com picos onde estão alojadas as sementes parecidas com o fruto do plátano.

 

Em bonsai dificilmente podemos ver as inflorescências por causa das podas sucessivas que praticamos.

 

As folhas do liquidambar styraciflua são caducas, lisas e brilhantes, formando uma estrela e libertam um odor de bálsamo quando esfregadas.

 

Tronco direto de estilo chokkan, estilo de bonsai ereto formal com o tronco bem definido que vai se afunilando até ao topo da árvore.

Casca acinzentada, grossa e fendida nos exemplares mais velhos. casca avermelhada e enrugada com o tempo, que parece cortiça nas extremidades principalmente no tronco e nos ramos mais grossos. O tronco lenhoso com grandes reentrâncias de cortiça é uma particularidade do bonsai liquidambar, além da sua folhagem notória.

 

Ler artigo original sobre os estilos de bonsais.

 

Muito vigoroso, o bonsai liquidambar styraciflua tem espaços entre ramos muito mais compridos que o liquidambar orientalis.

 

Sobre o liquidambar orientalis:

 

- É uma pequena árvore cuja copa ovoide apresenta uma ramificação particularmente densa e cujos ramos são pendentes. O tronco é cinzento e estriado. Os ramos jovens são verde-amarelados, tornando-se castanho-avermelhados. Os ramos mais velhos são cobertos por lâminas suberosas. As folhas, com cinco lóbulos, são mais pequenas e mais largas do que as do liquidambar styraciflua. São também mais profundamente lobadas e recortadas. O contorno da lâmina foliar também é lobado. As folhas têm quatro a sete centímetros de comprimento. No outono, a folhagem torna-se vermelha. A floração discreta é seguida pelo aparecimento de cápsulas castanhas com cerca de dois centímetros e meio. Estas são espinhosas, presas a caules longos e finos e permanecem na árvore até ao inverno. É uma árvore de parque particularmente bela nos climas quentes. Nos climas frios, deve ser protegida das geadas mais fortes.

 

Multiplicação do liquidambar styraciflua muito difícil de estaca, mais fácil de conseguir por sementeira em março-abril.

 

O bonsai liquidambar styraciflua é de rápido desenvolvimento nos primeiros anos, reduzindo nos anos seguintes. Um grama contém cerca de cento e cinquenta sementes com uma taxa de germinação elevada, na ordem dos oitenta por cento.

 

Sementeira direta na primavera a partir de vinte graus centígrados, convém manter o substrato húmido, mas sem nunca encharcar.

 

Ler artigo sobre a sementeira do bonsai.

 

 

Poda do liquidambar styraciflua:

 

A poda de manutenção pode ser efetuada em qualquer momento da estação de crescimento.

 

Necessita de poda em verde na primavera para reduzir o crescimento, com pinçagem regular dos rebentos, similar ao acer palmatum.

 

No entanto, será necessário suprimir de imediato todos os rebentos que nascerem no final dos ramos laterais e que tendem a evoluir verticalmente, os que nascem do lado dos ramos são os melhores. Os restantes ramos podem ser reduzidos horizontalmente por ligaduras.

 

AVISO:

 

- O corte não deve ser feito rente ao galho porque as feridas não cicatrizam corretamente e os ramos podem morrer;

 

- A pinçagem prematura deve ser evitada, exceto para os rebentos indesejáveis, sejam verticais ou procedentes do tronco, na base de um ramo ou no ápice se já está suficientemente formado. É preferível praticar a poda ao invés da pinçagem, temos que dar tempo aos rebentos novos de amadurecerem antes de intervir;

 

- Até ao fim da primavera os novos rebentos podem ser podados a duas ou três folhas e conforme o crescimento podemos repetir este trabalho até ao meio do verão.

 

- Convém, contudo, parar a poda para que os ramos amadureçam antes do inverno.

 

 

NOTA:

 

- O bonsai liquidambar styraciflua suporta uma poda drástica, mas esta deve ser efetuada no inverno, na fase de seiva parada, senão perde demasiada seiva e enfraquece.

 

 

CUIDADO:

 

- O bonsai liquidambar styraciflua produz botões delicados que se desprendem muito facilmente, assim sendo, a poda só deve ser efetuada antes da formação dos botões ou então depois da árvore estar em plena folha, quando os novos rebentos são suficientemente robustos e nesta altura os ramos são mais fáceis de modelar.

 

A poda de estruturação que, em princípio começa no fim do ano para a maioria dos bonsais, poderá ser efetuada no fim do inverno, as feridas dos cortes tornam-se sensíveis ao frio e sobretudo aos fungos. Por isso e de qualquer forma, importa sempre aplicar uma pasta de cicatrização logo a seguir a qualquer corte, pelo menos nos ramos maiores.

 

Ler artigo original sobre a cicatrização do bonsai e a pasta cicatrizante.

 

A retirada das folhas maiores no início de verão permitirá aos brotos laterais desenvolverem-se recebendo assim mais luz natural. Caso contrário os mesmos rebentos acabarão por desaparecer, desfigurando a estrutura e respetiva ramificação do nosso bonsai.

 

Quanto mais luz solar entrar no interior do bonsai, mais brotos e ramos poderão desenvolver-se.

 

Para conseguir reduzir o tamanho das folhas, temos que, durante a estação de maior crescimento, cortar as folhas grandes com uma tesoura própria, tendo a precaução de deixar pelo menos dez a quinze milímetros de pecíolo para não correr o risco de arrancar o novo broto.

 

Qual o objetivo da desfolha do bonsai?

 

O objetivo da desfolha do bonsai é acelerar a ramificação e originar uma nove rebentação, como se fosse uma segunda primavera, provocando o aparecimento de folhas mais pequenas. Permite igualmentee o controlo do crescimento de certos ramos do bonsai quando por exemplo um ramo é mais forte comparado ao resto da árvore, a desfolha desse ramo vai ajudar a reduzir o vigor, ou pelo contrário se necessitarmos dar mais força a um ramo enfraquecido, faremos a desfolha de todo o bonsai menos o dito ramo.

 

Esta técnica é geralmente aplicada no fim da primavera até ao início do verão, em bonsais de folha caduca como o liquidambar styraciflua e acima de tudo em bonsais sãos e de boa saúde.

 

CUIDADO:

 

- Não se pode desfolhar um bonsai debilitado, o choque provocado pela perda das folhas pode acabar por matar o bonsai já enfraquecido. Não é igualmente recomendado desfolhar um bonsai logo a seguir ao transplante, pois neste caso o bonsai necessita mais do que nunca das suas folhas para recuperar do envasamento.

 

Continuar a ler artigo original sobre a desfolha do bonsai para perceber melhor.

 

Dica sobre a adubação:

 

- Convém reduzir o fornecimento de azoto para controlar o crescimento e conseguir folhas mais pequenas. Quanto mais azoto fornecemos ao bonsai, mais as folhas crescerão em tamanho e quantidade. O azoto, é o principal fator de crescimento e da coloração da folhagem.

 

Ler artigo sobre a fertilização do bonsai, e sobre o adubo e o bonsai.

 

 

O transplante do bonsai liquidambar styraciflua:

 

- Temos que ter cuidado com o vaso, as raízes do liquidambar são muito fortes e obriga a envasar com mais frequência;

 

- Em relação à escolha, recomenda-se o uso de um vaso esmaltado que realçará as diferentes cores da folhagem ao longo do ano.

 

Utilizamos os vasos de cor para bonsais de flores e frutos, para contrastar e destacar a flor ou o fruto, que é o caso do nosso liquidambar styraciflua.

Neste caso o vaso ajuda a realçar as cores das folhas, flores ou frutos.

Também é muito importante o estilo da árvore, os bonsais de forma arredondada ficam bem em vasos ovais e os bonsais de forma ereta nos vasos retangulares. Os vasos redondos que chamamos de tambores, são mais indicados para os pinus.

 

 

No que diz respeito à forma, oval, retangular ou redondo, dependerá do estilo do nosso bonsai.

 

Ler artigo original sobre como escolher o vaso para o bonsai.

 

Transplante do bonsai liquidambar styraciflua a cada dois anos nos bonsais mais jovens e de três em três anos ou de quatro em quatro anos para bonsais mais velhos e exemplares.

 

Recomendamos sempre um substrato de excelente qualidade como akadama hard quality double red line a qual acrescentamos um pouco de kanuma, o bonsai liquidambar prefere um solo ligeiramente ácido.

 

Podemos igualmente misturar com pómice até trinta por cento, para evitar a compactação do substrato.

 

Ler artigo sobre o substrato para bonsai.

 

O bonsai liquidambar styraciflua aprecia quase todos os climas e desenvolve-se facilmente à beira mar, tolerando a maresia e a humidade. Aguenta até quinze graus centígrados negativos na natureza, em bonsai e como qualquer outro, devemos protegê-lo a partir dos cinco graus negativos.

 

No final do outono e início do inverno, como resultado da redução das horas de luz do dia e das temperaturas diurnas e noturnas mais baixas, as árvores de folha caduca ficam completamente privadas das mesmas.

 

Como é que as árvores se protegem do frio?

 

No inverno, o solo fica frequentemente congelado e, portanto, recebe muito pouco água, pelo que a árvore deve adaptar-se deixando cair as suas folhas em árvores de folha caduca, por exemplo, para que não congelem, ou limitando a evaporação através das folhas em árvores de folha perene.

 

Os gomos adormecidos na árvore cobrem-se de escamas que as protegem da geada.

 

A isto chama-se dormência porque a seiva está parada.

 

No que diz respeito ao bonsai, é fortemente recomendado manter humidade suficiente no solo para não causar a sua desidratação, mas é imperativo regar de manhã para lhe dar tempo de secar durante o dia, evitando assim uma taxa de humidade elevada durante a noite.

 

Não é por estar frio que não devemos regar, pelo contrário, um bonsai que não tem água suficiente é uma árvore frágil, suscetível a doenças, mas também ao frio.

 

Existe agora um pano de inverno que é um tecido branco feito de polipropileno não tecido, permitindo aos bonsais ganhar alguns graus que serão muito importantes à sua sobrevivência. Este tecido protege eficazmente as plantas, permitindo a filtragem da água e do ar, deixando assim a troca de gases vitais para o bonsai.

 

O mais importante é proteger o torrão e o vaso, porque as raízes são muito sensíveis e, portanto, vulneráveis a estarem demasiado próximas da borda do vaso, que é frequentemente fino.

 

Proteger igualmente o nebari e a base dos ramos principais para que o bonsai possa ser recuperado, se necessário.

 

Ler artigo sobre o bonsai e o frio.

 

 

Aramação:

 

Os ramos do bonsai liquidambar styraciflua devem ser aramados quando ainda estão verdes, porque são muito frágeis quando amadurecem. O arame que deve ser de alumínio anodizado, pode ser utilizado praticamente durante todo o ano na condição de vigiar regularmente para não deixar marcar a casca, pois caso contrário será difícil esconder as cicatrizes mais tarde.

 

NOTA:

O bonsai liquidambar styraciflua é uma espécie muito semelhante ao acer palmatum, mas muito mais resistente e sobretudo muito menos exigente em termos de cultivo, aguenta mais facilemente nas regiões perto do mar.

 

 

Curiosidade sobre o bonsai liquidambar styraciflua:

 

 

- Liquidambar siginfica âmbar líquido, comparação à resina balsâmica de cor âmbar que flui do seu tronco;

 

- A resina do liquidambar é utilizada desde há muito tempo na perfumaria como o bâlsamo de liquidambar;

 

- Depois de destilada, a resina produz um óleo conhecido pelo nome de styrax, ou seja, antistress;

 

- Conseguiu-se a mistura de várias moléculas de styrene e inventou-se o polystyrene ou esferovite.

 

 

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