Bonsai doente
Como qualquer planta o bonsai é susceptível de ficar doente ou vítima de alguma praga. Seja qual for o caso e mesmo ignorando qual a praga ou a doença:
a primeira coisa a fazer é afastar o bonsai doente dos outros para evitar uma possível contaminação.
Para descobrir o problema, numa primeira fase é bom saber qual o tipo de bonsai que adquiriu, se é de interior ou de exterior. As necessidades de um bonsai de interior são diferentes de um bonsai de exterior. Por isso terá de adaptar os cuidados específicos ao seu bonsai.
Existem muito poucos bonsais de interior como poderá ver na categoria bonsai tropical.
Se o bonsai está doente ou debilitado, muitas vezes a causa principal provém de um desequilíbrio fisiológico.
O que é o desequilíbrio fisiológico?
É a consequência de uma má manutenção do bonsai como por exemplo, uma exposição com luz insuficiente, a rega em excesso ou a falta dela, a falta de nutrientes, o substrato inadequado, insistimos sempre para a utilização da Akadama nos transplantes, substrato ideal e fundamental para o sucesso da manutenção do bonsai, cujo as principais qualidades encontram-se na drenagem e no arejamento que são fatores primordiais para a criação de raízes finas, na capacidade de retenção da água e dos nutrientes.
Para evitar e minimizar ao máximo as pragas e doenças, o bonsai deve ter as melhores condições ambientais possíveis, um tratamento regular ao longo do ano, só assim poderá intervir rapidamente para corrigir o elemento que está a falhar.
As anomalias que provocam as doenças no bonsai quase sempre estão relacionadas com uma ou mais falhas :
Por excesso ou insuficiência de água ou humidade:
- com pouca água verificamos a queda das flores, as folhas ficam amarelas e com os bordos secos e castanhos, as folhas estão moles e o crescimento é nulo.
- com muita água as flores encontram-se meladas, as folhas amarelas com pontas castanhas, moles e podres de cor muito escura. O substrato está melado.
A rega é fundamental no êxito do bonsai, nem pouco nem muito, mas o suficiente e sobretudo quando necessário.
O vaso do bonsai é muito reduzido e consequentemente não possui grande reserva de água e nutrientes, se não regar o bonsai antes de a terra secar por completo, as raízes irão também enfraquecer e poderá constatar que as folhas murcham e caem, o bonsai pode morrer!
Se as raízes não ficarem completamente desidratadas poderá salvar o bonsai com uma rega abundante a seguir.
Em contrapartida o excesso de água também pode acontecer e é igualmente prejudicável ao bonsai que não pode ficar constantemente num substrato húmido.
É por isso que aconselhamos sempre o uso da Akadama, substrato ideal para o envasamento do bonsai e com a particularidade de ser mais fácil distinguir quando está seco, mais claro ou humido, mais escuro, facilitando assim a tarefa de quem tem a responsabilidade da rega.
O número de vezes que devemos regar dependerá do tipo de bonsai, da qualidade do substrato, da intensidade do sol que a planta recebe, etc.
As plantas que vivem em vaso dependem de nós para crescer. As raízes precisam de água e de ar e por isso é indispensável deixar secar um pouco o substrato entre cada rega.
Por norma só regamos quando a terra à superfície começar a secar, nota-se pela cor mais pálida do substrato, mais fácil com Akadama.
É primordial para uma boa saúde do bonsai manter as folhas secas, as folhas humidas tornam-se folhas doentes, por isso é aconselhável regar de manhã para dar tempo às folhas de secarem durante o dia.
Se regar à noite as folhas ficam humidas muito tempo e o bonsai torna-se mais sensível à fungos e doenças.
De uma maneira geral, regar sempre de manhã e não no fim do dia e evitar de regar durante a tarde porque corre o risco de queimar as folhas do bonsai.
Regar de maneira correcta impõem regar abundantemente, de forma contínua até a água sair pelos furos do vaso e repetir a operação alguns minutos a seguir para ter a certeza que as raízes ficam bem molhadas.
Nota:
Tem que ter em atenção que, quanto mais seco fica o torrão, mais depressa a água vai sair pelos furos do vaso e, claro, isso não significa que o bonsai esteja bem regado, pelo contrário e nesse caso é necessário repetir e insistir durante algum tempo para conseguir que as raízes fiquem bem molhadas.
Por excesso ou insuficiência de nutrientes:
Como qualquer planta natural o bonsai alimenta-se pelas raízes e pelas folhas que absorvem a luz necessária à fotossíntese, o CO2 da atmosfera e a água, os três elementos principais, factores do crescimento.
Mas isso não chega, para viver o bonsai vai precisar de muitos minerais suplementares, em mais ou menos quantidade, para satisfazer as suas funções básicas. As raízes são por consequente o motor da alimentação do bonsai e vão buscar no solo as substâncias que necessitam, a água, os sais minerais e os micronutrientes.
E como sempre nem pouco, nem em excesso, os elementos principais devem respeitar o equilíbrio.
Pode ver nas nossas dicas o efeito de desequilíbrio de um qualquer dos elementos.
- com muito adubo, nos dias seguintes caem as folhas que ficam de cor castanha como queimadas, as folhas que resistem tornam-se muito grandes.
- com pouco adubo notam-se manchas de cor branca ou amarelo, de forma irregular nas folhas, as nervuras das folhas são de um verde pronunciado e o restante amarelo pálido.
O adubo é indispensável, é o alimento que o nosso bonsai necessita, com a dosagem recomendada na embalagem consegue-se uma boa alimentação, o segredo está no equilíbrio e não exagerar nas vitaminas e outros produtos que podem desequilibrar a fórmula do adubo.
Aplicar sempre o adubo sobre o substrato húmido, respeitar sempre a dosagem de adubo químico líquido, a falta de adubo não é perigosa mas o excesso pode ser catastrófico.
Mais vale aplicar pouco adubo mas com regularidade do que muito em poucas vezes.
Por deficiência ou excesso de luz:
- com pouca luz a floração é escassa ou nula, as folhas inferiores ficam amarelas, constata-se uma grande separação entre as folhas que ficam pálidas e moles.
- com muita luz as folhas murcham e apresentam-se retorcidas com manchas secas de cor castanhas.
Por temperatura inadequada:
- com muito frio a floração é nula, as folhas encontram-se pálidas, retorcidas e castanhas.
- com muito calor nota-se a queda prematura das flores e as folhas ficam murchas de cor verde claro.
As pragas mais comuns em bonsai são o pulgão e a cochonilha
O Pulgão sobre bonsai é a praga mais comum, preto ou verde, os ovos hibernam debaixo da casca e é principalmente na Primavera que se pode descobrir os insectos nos brotos novos do bonsai.
Fácil de detectar com uma simples observação, podemos ver colônias de pulgões à volta dos brotos alimentando-se da seiva.
Por norma as folhas ficam com um pó preto por onde os pulgões andam, é um fungo que aparece como consequência dos sucos que os pulgões produzem.
O Pulgão elimina-se com insecticida sistémico e de contacto. Como qualquer tratamento convém primeiro humidificar a folhagem antes de aplicar o produto e repetir a aplicação quatorze a quinze dias depois.
a Cochonilha sobre bonsai.
É um insecto envolto em algodão branco que se esconde nas partes mais difíceis. Assim que detectar a presença destes insetos isolar de imediato o bonsai.
Limpar com uma escova de pêlos macios todas as partes infestadas e aplicar um inseticida anti-cochonilha. Repetir a aplicação sete a dez dias depois até à eliminação total dos insectos.
Respeitar sempre a distância de pulverização indicada no produto para evitar queimaduras nas folhas do bonsai e utilize sempre embalagens sem gás.
Se vigiar todos os dias o seu bonsai com muito atenção, poderá desde do primeiro dia retirar de imediato o(s) broto(s) com presença de piolhos ou cochonilha, assim evitará a proliferação e não será necessário a aplicação de qualquer produto fitofarmacêutico.
Recomendações para evitar as doenças no bonsai:
Manter sempre a alimentação do bonsai o mais equilibrado possível. Os adubos especiais para bonsai contém os nutriente e micro-nutrientes suficientes para um bom equilíbrio.
Por esta razão, tenha muito cuidado antes de aplicar qualquer suplemento, porque corre o risco de desequilibrar a fórmula do adubo.
Só assim se podem evitar doenças e pragas no bonsai.
Evite ao máximo a aplicação de produtos de tratamento que são os produto fitofarmacêutico para não poluir o meio ambiente.
Importante: trabalhar com bonsai doente implica respeitar algumas condições como limpar sempre a ferramenta com álcool ou outro produto desinfectante ou fogo, utilização de chama, isolar o bonsai e tentar manter condições específicas nem muito sol nem muita sombra, suspender a fertilização e sobretudo vigiar a rega mantendo o substrato ligeiramente humido.
É imperativo também retirar com cuidado o bonsai do seu vaso para verificar o estado das raízes, se estiverem pretas é sinal de podridão e neste caso devemos parar de imediato com a rega, se ao contrário estiverem brancas é normal, será mais fácil recuperar o bonsai.
A raíz é o elemento primordial na vida do bonsai, quando mais sã, melhor será o desenvolvimento da árvore.
As raízes lenhosas são a estrutura radicular e o alicerce do bonsai, crescem todos os anos em comprimento e diâmetro, conduzem a seiva, são o suporte das raízes finas, também acumulam reservas mas não têm micorrizas.
As raízes finas existem em grande quantidade, são muito frágeis e vivem pouco tempo, por norma só crescem em comprimento mas não em diâmetro, excepto quando se transformam em raízes lenhosas, são através delas que o bonsai consegue absorver a água e os nutrientes necessários e fundamentais. As raízes finas têm micorrizas.
As micorrizas são associações simbióticas desenvolvidas pelas raízes com alguns fungos do solo, favorecendo a absorção dos elementos nutritivos. São mais visíveis no sistema radicular dos pinus
Ver também:
O fogo bacteriano (Erwinia Amylovora)
A Xylella Fastidiosa
As pragas do bonsai
Ajudar o planeta compete a cada um de nós.