Bonsai estilo cascata - kengai e han kengai
Existem vários estilos de bonsai cujo dois correspondem especialmente a um estilo particular que se encontram na Natureza.
O primeiro é o estilo kengai:
É um estilo de bonsai chamado em cascata que retrata árvores que se sustentam na superfície de montanhas ou em fendas de penhascos.
O tronco deve pronunciar-se para fora do vaso e mergulhar.
O vaso deve ser mais alto que largo.
O segundo é o estilo han kengai:
É um estilo de bonsai chamado de semi cascata.
O tronco principal e os seus galhos devem mergulhar e não ultrapassar os limites da base do vaso.
O vaso tem medidas quase iguais, deve ser praticamente quadrado.
São os dois critérios principais que distinguem o estilo kengai do han kengai.
O bonsai estilo cascata é a réplica de uma árvore que cresceu em circunstâncias desfavoráveis.
Na Natureza acontecem coisas estranhas, devido à exposição extrema em penhascos íngremes ou fenómenos climáticos intensos como por exemplo épocas de neve ou geadas prolongadas, podemos encontrar árvores com um rumo de desenvolvimento naturalmente invertido.
Na Natureza é normal uma árvore crescer para cima, mas em condições adversas pode ser obrigada a crescer para baixo para conseguir desenvolver-se.
Ler artigo original sobre o glossário e significado acerca dos estilos de bonsais.
Na Natureza uma árvore cresce sempre para cima, excepto condições especiais como já vimos, por isso para formar um bonsai em estilo cascata temos que contrariar esse princípio obrigando o tronco principal a dirigir-se para baixo.
Numa primeira fase o tronco deve sair para cima do vaso alguns centímetros para depois ser dirigido para baixo com a ajuda de arame de alumínio anodizado.
O tronco pode ter movimentos regulares ou irregulares para a direita ou para a esquerda do vaso, mas em nenhum caso deve tocar o vaso.
O bonsai dito cascata tem um só tronco que pode ser vertical, com comprimento muito reduzido e neste caso é o primeiro ramo que será dirigido para baixo. ou pode ser directamente dirigido para baixo e inclinado desde a sua saída do torrão. As duas versões são geralmente utilizadas nos bonsai de estilo kengai.
No bonsai cascata, o ramo principal inclinado deve obrigatoriamente ficar mais baixo que o vaso e permanecer no alinhamento do nebari e do ápice.
Ler nosso artigo sobre o nebari do bonsai.
Os ramos principais devem permanecer reduzidos e praticamente na horizontal ou com uma ligeira inclinação.
As raízes, contrariamente a outros estilos, não têm tanta importância relativamente ao nebari e não podem estar expostas em forma de estrela. No vaso cascata não há muito espaço para as raízes, estas ficam mais compactas e apertadas do lado da inclinação, enquanto do lado oposto tentamos aproveitar uma parte da raiz na superfície para dar um aspecto mais natural.
O bonsai estilo cascata consegue-se com a ajuda da aramação.
É a operação que permite orientar e dirigir os ramos, processo determinante na estilização que pretendemos dar ao nosso bonsai, dando a harmonia e mais especificamente o estilo desejado, neste caso o estilo cascata.
Ler artigo original sobre a aramação do bonsai ou como aramar o bonsai.
A poda também é de extrema importância na estilização do bonsai cascata. A parte interior do tronco principal ou seja entre o vaso e o tronco deve ficar sem nenhum galho ou ramo, a força deve concentrar-se nas partes superiores. O crescimento deve ser vigiado porque a árvore desenvolve-se naturalmente sempre para cima, temos que intervir com podas regulares para evitar uma intervenção mais drástica mais tarde.
Dica: temos que ter muito cuidado com a rega de um vaso de bonsai estilo cascata. Ao regar por cima, podemos não estar a regar o suficiente, por isso é fortemente recomendado mergulhar pelo menos uma vez por semana na Primavera e Verão e uma vez por mês no Inverno, assim teremos a certeza que a totalidade do substrato fica bem molhado.
Ler artigo original sobre como regar o bonsai.
Existem muitas espécies de bonsais de exterior que podemos moldar no estílo cascata como por exemplo o juniperus chinensis, conferta ou rigida, o pinus pentaphylla ou sylvestris, a pyracantha coccinea, o malus, a azálea, mas com muito cuidado, a azálea é frágil e quebra com facilidade, o chaenomeles, o cotoneaster e muitos outros.
Alguns bonsais de interior igualmente como o ficus retusa, a carmona macrophylla, o zanthoxyllum piperitum ou a operculicarya.
Ler artigo original sobre o zanthoxyllum e a operculicarya.
É recomendado uma particular atenção no envasamento de um bonsai estilo cascata, porque exigimos muito do tronco quando o vamos aramar e exercermos força para baixá-lo.
Temos de ter a certeza que o bonsai está firmemente preso no vaso, por isso vamos colocar um pouco de substrato no vaso, depois de ter colocado uma rede no furo para impedir o substrato de sair e empurrar o substrato com um pauzinho afiado, mas com a ponta arredondada para não ferir as raízes.
Repetir a operação até o espaço no vaso ficar completamente cheio.
O bonsai não deve mexer no vaso. regar sempre a seguir ao transplante para obrigar o substrato a preencher todos os buracos dentro do vaso e para não ficar ar, principalmente à volta das raízes.
Não esquecer que o tronco ou ramo não pode tocar ou ficar em contacto com a borda do vaso.
A qualidade do substrato utilizado para realizar o transplante do bonsai estilo cascata é muito importante, de facto o espaço dentro do vaso é muito reduzido. Por isso aconselha-se a utilização de akadama hard quality para a maioria dos bonsais, de kiryuzuna para os pinus e juniperus e de kanuma para as azáleas.
Ler artigo sobre o substrato para bonsai.
A escolha do vaso depende primeiro do tipo de bonsai, com flores ou frutos, de folha caduca ou perene e em segundo lugar da região, se estiver frio terá que apostar num vaso em grés resistente ao gelo.
De qualquer modo temos que ter em atenção de proteger o vaso de um bonsai de estilo cascata, seja no Inverno com o frio ou seja no Verão por causa do calor.
Ler artigo sobre:
O transplante do bonsai parte 1
O transplante do bonsai parte 2