Cotoneaster em bonsai.
Encontra-se em muitas partes do mundo como na Europa, África do Norte, China e os Himalaias, em penhascos e montanhas em terreno rochoso ou com muito cascalho, a maioria dos cotoneaster possuem raízes que permitem agarrarem-se às rochas.
O cotoneaster é um genro botânico da família das rosáceas agrupando pelo menos trezentas espécies de arbustos, que estão sobretudo presentes nos Himalaias.
Na natureza o tamanho é variável consoante a espécie e pode começar nos cinquenta centímetros e chegar a quase quinze metros de altura.
O cotoneaster é uma magnífica árvore para trabalhar em bonsai.
O género cotoneaster contem mais de cinquenta espécies e variedades como por exemplo cotonester horizontalis, cotoneaster franchetti, cotoneaster skogolmen, cotoneaster damneri, cotoneaster microphyllus, cotoneaster lacteus e muitos mais.
O cotoneaster é um bonsai de exterior tipicamente mediterrânico. Caracteriza-se pelas suas flores brancas ou cor-de-rosa e pelos seus pequenos frutos. Sendo de exterior necessita de uma boa exposição ao sol e de um período de frio para produzir frutos.
Exposição:
- Nos climas com temperaturas amenas, o bonsai cotoneaster pode ser colocado ao ar livre durante todo o ano, mas nas regiões mais frias, deve ser protegido das geadas a partir dos cinco graus negativos. Proteger o torrão e os primeiros galhos com palha, turfa ou a totalidade do bonsai com uma rede de hibernação que é um tecido branco feito de polipropileno não tecido, permitindo aos bonsais ganhar alguns graus que serão muito importante à sua sobrevivência. Este tecido protege eficazmente as plantas e os bonsais, permitindo a filtragem da água e do ar, deixando assim a troca de gases vitais para o bonsai.
- Ou ainda melhor se estiver realmente frio, mantendo o bonsai num abrigo sem geadas, mas sempre com muita claridade natural e sobretudo sem aquecimento.
NOTA:
- No inverno o bonsai continua a precisar de muita luz e de um mínimo de água para sobreviver, por isso é imperativo vigiar a claridade e manter uma certa taxa de humidade e evitar as geadas.
Ler artigo original sobre o bonsai e o frio.
O cotoneaster divide-se em duas categorias, ou seja, de folha caduca e de folha perene.
O principal encanto do bonsai cotoneaster são as bagas vermelhas ou alaranjadas que aparecem a seguir a uma abundância de pequenas flores brancas ou cor-de-rosa com pétalas espalhadas.
O cotoneaster tem pequenas folhas caducas, semi-caducas ou perenes consoante a variedade, geralmente lanceoladas e alternas, mas também podem ser redondas no caso do cotoneaster horizontalis. Com cerca de oito milímetros de comprimento, verde brilhante em cima e verde-acinzentado pubescente em baixo, que mudam de cor no outono ficando amarelo alaranjado.
As folhas são numerosas e verdes-securos. Os novos rebentos são geralmente de cor avermelhada, criando um contraste agradável com a folhagem.
A casca é castanha escuro quando jovem, mas torna-se prateada com a idade. Os ramos são finos e tendem a tornar-se ainda mais finos com a poda.
É recomendado eleger as variedades com crescimento mais lento para bonsai, excluir por exemplo o cotoneaster salicifolius ou lacteus cujo crescimento é muito vigoroso.
Na iberbonsai produzimos vários cotoneaster como o horizontalis a partir de estacas. É um bonsai de folha caduca, sublime com as suas pequenas folhas, sobretudo com a sua profusão de flores e a seguir de bagas vermelhas, o cotoneaster coral beauty, magnífico igualmente com as suas folhas e abundante floração e produção de bagas vermelhas rosadas e o cotoneaster Streib's Findling que produz igualmente uma grande quantidade de flores e bagas.
- O cotoneaster Coral Beauty é originário da China e é apreciado pela sua capacidade de cobrir espaços íngrenes ou estreitos. Esta planta de cobertura de solo e de crescimento rápido, pode atingir alturas de sessenta a oitenta centímetros e larguras até oitenta centímetros. Este arbusto compacto tem uma forma de cúpula natural, com ramos arqueados e uma folhagem perene constituida por pequenas folhas ovais brilhantes.
Com floração a partir de abril, o cotoneaster coral beauty fica coberto de pequenas flores brancas, seguidas de pequenos frutos esféricos cor de laranja que se mantem nos ramos todo o verão e podem permanecer até ao inverno. No jardim, a sua principal utilização é como cobertura de solo: num aterro ou num rochedo, como planta rasteira, limita muito o desenvolvimento das ervas daninhas.
É uma excelente cobertura de solo em declives, de baixa manutenção e que retém muito bem a terra. Resiste às podas repetidas, por isso é muito apreciado em bonsai.
- Cotoneaster Streib's findling é um arbusto rasteiro compacto e muito largo, ideal para cobertura de solo, taludos ou bordaduras. A flohagem perene deste cotoneaster e verde-púrpura quando jovem, depois verde-escuro, pequenas e muito denso. Floresce abundantemente com pequenas flores brancas-rosadas em maio ou junho, seguido de frutos vermelho intenso, decorativos durante o outono. É uma planta melífera que se adapta muito bem em bonsai.
- Cotoneaster horizontalis, arbusto compacto e de crescimento largo, no jardim é ideal para canteiros, taludes ou sebes baixas. É uma espécie de pequeno arbusto rasteiro muitas vezes utilizado como cobertura de solo. Foi descoberto em 1877 por Joseph Decaisne, um botânico francês. Esta espécie raramente ultrapassa os cinquenta centímetros de altura. A folhagem caduca do cotoneaster horizontalis é verde brilhante, pequena e muito densa. Os seus ramos estão dispostos horizontalmente, em forma de espinha de peixe, o que o torna decorativo no inverno. Suporta muito bem a poda em bonsai e é fácil de modelar. As flores pequenas, brancas-rosadas, aparecem abundantemente em maio, seguidas de frutos vermelhos decorativos até ao outono.
Muito fácil de tratar e indicado como primeiro bonsai por ser muito resistente, tolera os erros de principiante.
O bonsai cotoneaster é de crescimento muito rápido e não tem espinhos, contrariamente a pyracantha que também tem pequenas flores brancas e frutos que podem ser de cor vermelha.
Graças a sua ramificação densa e fina e às suas folhas de tamanho reduzido, é o bonsai indicado para realizar no tamanho mame ou shohin, mas já não é muito aconselhável para formar em tamanho maior, o tronco não engrossa com muito facilidade e sendo assim, é difícil conseguir um nebari bonito de cotoneaster.
O mame é o bonsai mais pequeno que podemos alguma vez imaginar, mais reduzido ainda que o shohin, com menos de dez centímetros de altura, exige um cuidado quase permanente da parte do seu obtentor, sobretudo no verão quando o calor aperta.
O bonsai shohin é o bonsai mais pequeno a seguir ao mame.
O tamanho máximo é de vinte centímetros de altura, desde o bordo do vaso até ao topo da árvore ou do ramo mais comprido, o jin também conta na medida.
Excecionalmente poderá chegar aos vinte e três a vinte cinco centímetros dependentemente do estilo. O mais importante é o equilíbrio geral da árvore.
De facto, só a altura não chega, um bonsai com vinte centímetros de altura e cinquenta centímetros de largura por exemplo, fica muito pesado e volumoso, desproporcionado e sem graça, nunca poderia entrar na categoria shohin.
Considera-se que o bonsai shohin deve caber na palma da mão e deve ter na sua expressão uma coisa minúscula, delicada e graciosa, o que pode ser o caso do cotoneaster, que graças à sua folha muito pequena e suportando podas drásticas faça daquele árvore um potencila candidato a shohin.
O mais importante no bonsai shohin é a perceção perfeita de uma árvore adulta e minúscula.
O bonsai shohin pode ser colocado na palma da mão, é uma árvore ou grupo de várias árvores em vasos quase minúsculos cujo objetivo é a representação característica de uma cena única na natureza.
Ler artigo original sobre o bonsai shohin e mame.
Nota:
- Não é necessário desfolhar o bonsai cotoneaster, a sua folha sendo naturalmente muito pequena, não se ganha nada em proceder a esta operação e por isso não vale a pena stressar o bonsai com esta prática.
Relembramos que o objetivo da desfolha do bonsai é acelerar a ramificação e originar uma nova rebentação, como se fosse uma segunda primavera provocando o aparecimento de folhas cada vez mais pequenas.
Permite igualmente o controlo do crescimento de certos ramos do bonsai quando, por exemplo, um ramo é mais forte comparado com o retso da árvore, a desfolha desse ramo vai ajudar a reduzir o vigor, ou pelo contrário, se necessitarmos dar mais força a um ramo enfraquecido, faremos a desfolha de todo o bonsai menos do dito ramo.
Esta técnica é geralmente aplicada no fim da primavera até ao início do verão, em bonsais de folha caduca e acima de tudo em bonsais sãos e de boa saúde. O mês de junho é o mês mais propício para realizar esta técnica, porque dá tempo à árvore de produzir novas folhas até ao verão.
Ler artigo original sobre a desfolha do bonsai.
Multiplicação por sementeira, estaca ou alporquia.
Por sementeira indicamos alguns exemplos com as respetivas dicas:
- Cotoneaster horizontalis: também chamado de cotoneaster das pedras. A título indicativo, um grama contém noventa sementes e a taxa de germinação é de cinquenta por cento. Imersão das sementes na água durante quarenta e oito horas, a seguir estratificação a frio de três a cinco graus durante noventa dias e sementeira na primavera.
- Cotoneaster franchetti: um grama contém cerca de oitenta sementes, taxa de germinação de quarenta por cento. Estratificação a frio de três a cinco graus durante três meses, sementeira na primavera.
- Cotoneaster salicifolius: um grama contém cerca de cem sementes com uma taxa de germinação superior a sessenta por cento. Imersão das sementes na água durante vinte e quatro horas, estratificação a frio durante noventa dias e sementeira na primavera.
- Cotoneaster acutifolius: um grama contém quarenta sementes, taxa de germinação superior a cinquenta por cento. Estratificação a frio de três a cinco graus durante meio ano e sementeira na primavera.
Relembramos aqui algumas indicações e conselhos para conseguir com sucesso a sementeira:
- Em marco-abril é altura das sementeiras de bonsai, a sementeira, ao contrário do yamadori, é a parte mais difícil na obtenção de um bonsai desde do início, mas é mais fácil conseguir um nebari mais bonito e perfeito.
Ler artigo original sobre a sementeira do bonsai.
Multiplicação por estaca:
- Semilenhosa, é a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo do bonsai, aplica-se a muitas espécies perenes e coniferas. Recolha das estacas no fim do verão e no início de setembro com madeira já amadurecida.
- Em verde, as estacas devem ser recolhidas imediatamente antes ou depois da floração. Neste caso o maior sucesso é obtido utilizando estacas frescas, verdes e tenras, revestidas com pó de hormonas, com calor por baixo e ar fresco por cima, o que é um pouco complicado, a estaca semilenhosa é mais fácil de realizar.
Ler artigo original sobre a estaquia do bonsai.
Multiplicação por alporquia enterrada ou mergulhia- sashiki em japonês.
- É um tipo de multiplicação reservada para plantas com ramos flexíveis. Isto consiste em dobrar um ramo em direção ao solo e enterrá-lo, deixando a extremidade exposta, sem o cortar da planta-mãe.
- As raízes irão então crescer na parte enterrada. Neste caso, o solo deve ser mantido húmido e bem drenado para evitar o apodrecimento do ramo.
- No outono será possível separar o ramo da alporquia da planta-mãe, cortando-o logo abaixo do início do bloco de raízes.
- No caso do cotoneaster, os galhos mais baixos podem criar raízes naturalmente, sem necessidade de intervir no processo, apenas aproveitar e recuperar os novos rebentos que darão início a novas plantas cotoneaster.
Transplante do bonsai cotoneaster.
O cotoneaster é um bonsai de crescimento muito rápido e por isso necessita de ser transplantado quase todos os anos ou pelo menos de dois em dois anos num substrato de muito boa qualidade como akadama hard quality.
Nos sujeitos mais velhos podemos misturar até trinta por cento de pomice com akadama hard quality.
NOTA:
- Temos de ter algum cuidado na fase de transplante porque as raízes do cotoneaster não retém muito bem o substrato, entáo teremos que trabalhar devagar com o ancinho para não retirarmos toda a terra sem querer.
Ler artigo sobre pomice.
O cotoneaster gosta de um solo muito bem drenado e rico em húmus. Convém evitar situações de solo encharcado, o cotoneaster é sensível ao apodrecimento das raízes. Um substrato de excelente qualidade é portanto indispensável, assim como a aplicação de um adubo orgânico como o biogold, seja líquido durante a época de crescimento ou sólido durante o resto do ano. Deixar sempre pelo menos um mês por ano, em outubro, sem qualquer adição de adubo.
Ler artigo sobre o transplante do bonsai.
Como escolher o vaso para o cotoneaster?
A escolha da cor deve realçar ou reforçar uma característica da árvore, como tronco, a folhagem, as flores ou os frutos. Para as espécies com flores ou frutiferas como o bonsai cotoneaster, podemos escolher vasos de cores que contrastam com a cor das flores ou das bagas.
Ler artigo original sobre vasos para bonsai.
Aramação do bonsai cotoneaster:
- É a operação que permite orientar e dirigir os ramos, processo determinante na estilização que pretendemos dar ao nosso bonsai, dando a harmonia e mais especificamente o estilo desejado.
A aramação do bonsai exige muito cuidado no manuseamento e na forma de moldar o ramo, pois algumas espécies são muito frágeis e podem quebrar com facilidade como é o caso da azálea.
É necessário estarmos atentos, sobretudo na época de crescimento, para evitar lesões desnecessárias na casca causadas pelo arame.
A aramação do bonsai cotoneaster exige uma particular atenção, pois tem uma casca muito delicada e devemos por isso ter cuidado de não apertar em demasia o arame que poderia deixar marcas indesejáveis no tronco.
Convém então enrolar meticulosamente o arame deixando-o ligeiramente folgado. Também é possível colocar ráfia à volta dos ramos antes de aplicar o arame de alumínio anodizado para reduzir o risco de marcar a casca.
Por norma a aramação do bonsai cotoneaster efetua-se no inverno com seiva parada. Mais tarde, obriga-nos a redobrar a atenção visto o cotoneaster ser de rápido crescimento e se não for vigiado com regularidade poderia causar danos por estrangulamneto.
Deixar o arame pelo menos três meses, vigiando sempre para não ferir acasca.
Utilizar um arame de alumínio anodizado, a sua grande flexibilidade torna-o fácil de colocar. Além disso, pode ser reutilizado se for corretamente retirado da árvore.
O arame de alumínio anodizado não é tóxico e sobretudo não mancha a casca do bonsai.
Ler artigo original sobre a aramação do bonsai.
A poda do bonsai cotoneaster:
- Caso seja muito complicado proceder a aramação, podemos estilizar o bonsai com a poda de estruturação. Poda mais drástica, que se realiza no inverno até ao início da primavera.
- Relembramos que, quanto mais podarmos o bonsai cotoneaster, menos flores e respetivas bagas produzirá e quanto mais tarde efetuamos a poda, mais tarde florescerá e até pode não florescer.
- A poda só se deve realizar em bonsais saudáveis e não debilitados, o que prejudicaria ainda mais o seu estado.
- No espírito do bonsai, temos que manter a planta numa escala reduzida para imitar um exemplar na natureza.
- A poda faz parte do processo de miniaturização da planta em conjunto com o reduzido espaço deixado no vaso.
Ler artigo original sobre a poda do bonsai.
Para conseguir modelar, estilizar ou apenas manter o estilo do bonsai é necessário ter à nossa disposição a ferramenta adequada para o efeito.
Qualquer ferramenta para bonsai deve estar limpa para não transmitir ou propagar doenças. Utilizar um oléo fino para lubrificar, ajuda a manter e a prolongar a vida da ferramenta.
Ler artigo original sobre a ferramenta para bonsai.
O bonsai cotoneaster presta-se a quase todos os estilos exceto floresta ou Yose-Ue, tendo em conta o considerável desenvolvimento dos ramos.
A seguir descriminamos alguns estilos utilizados para formar o cotoneaster:
- Chokkan: estilo de bonsai ereto formal com o tronco bem definido que se vai afunilando até ao topo da árvore.
- Moyogi: ereto informal, o tronco apresenta várias curvas que começam na base e diminuem até ao seu ápice.
- Hokidashi: estilo de bonsai em forma de vassoura, os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.
- Sekijoju: raízes sobre rocha, a pedra incorpora-se à árvore como se as raízes segurassem a rocha. Estilo particularmente adaptado para o bonsai cotoneaster.
- Fukinagashi: estilo de bonsai varrido pelo vento, o tronco principal e todos os galhos devem seguir numa única direção.
- Kengai: estilo de bonsai em cascata. Estilo que retrata árvores que se sustentam na superfície de montanha ou em fendas de um penhasco. O tronco deve pronunciar-se para fora do vaso e mergulhar. Muito bom, o cotoneaster tem um brilho particular no estilo cascata, a cor do fruto sobressai sobre as paredes do vaso, geralmente de cor azul um pouco escuro.
Ler artigo original sobre os estilos de bonsai.
O bonsai cotoneaster gosto de sol.
NOTA:
- Considerando as cores das flores e das bagas do bonsai cotoneaster, recomendamos a utilização de vasos castanho-escuro, verde-escuro ou azul-escuro e regra geral com pouca profundidade, exceto estilo cascata.
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